sábado, 20 de agosto de 2011

GRISSINIS EM DESTAQUE


Grissinis











Uma mesa de coquetel com palitos de massa temperados e saborosos chama muita atenção, esses palitos chamam-se Grissinis e são muito fáceis de fazer.


Você precisa da massa básica do pão, simplesmente, fermento biológico, açúcar, farinha de trigo, água morna e óleo vegetal.


Depois da massa crescida, retire uma porção, abra  um retângulo bem fino numa superfície enfarinhada, corte com uma faca as tiras, pincele azeite e pulverize com o que escolher, pode ser gergelim, orégano, páprica, alho desidratado, pimenta, enfim faça de vários sabores, ninguém resiste em experimentar de todos.


Pegue cada tirinha temperada e torça a partir do centro, formando espiral, coloque em assadeira untada e enfarinhada e fique ligado, ele assa bem depressa, tem que ficar muito crocante e dourado.


Sua mesa de coquetel vai surpreender.


Sirva com umas pastinhas e o resultado será ainda melhor.

Pão nosso de cada dia


A formula básica do Pão





Sempre que vou ensinar a fazer pão, uso uma técnica de pura simplicidade, a primeira coisa que devemos fazer seria cuidar do fermento biológico, esse para ser ativado necessita de calor, energia e estrutura para crescer.





Sendo assim, ao fermento biológico acrescentamos um liquido morno (não pode queimar o dedo), que pode ser água, leite, (ou o que você quiser inventar), um pouco de açúcar, e um pouquinho de farinha de trigo, lembre-se estamos iniciando o processo da esponja, ou seja, ativando o fermento. Deixe coberto ate que dobre de volume.


A partir desse momento vem a fase de saborização do pão, com o fermento ativado, colocamos uma quantidade de gordura, que fará a vez do fator antienvelhecimento, pode ser óleo, manteiga, enfim a gordura de sua preferência, você também pode deixar de por, porem, seu pão vai endurecer e esfarelar muito mais rápido.


Você pode deixá-lo mais nutritivo se acrescentar ovos, mas o resultado final será só esse mesmo.


Coloque sal e se estiver fazendo Pão Doce aumente a quantidade do açúcar.


E agora pode se divertir, você pode fazer pão do que quiser, misture purê de batata e terá pão de batata, abobora tomate, enfim qualquer coisa que misturar na base terá um resultado diferente.


Complete o peso da farinha, ou misture outras farinhas na branca e conseguira fazer pão integral, centeio, aveia, linhaça...


Depois de tudo misturado chegou a hora de sovar, cilindrar, ou seja encher a massa de oxigênio, quanto mais fizer isso mais seu pão ira crescer.


Depois disse deixe descansar coberto, ele precisa dobrar de volume novamente, e paciência fazer pão sempre foi assim, com tempo e cuidado nada vai dar errado.


A próxima fase seria a escolha do modelo de pão, a cara que você quer dar para ele, e ai tem que abusar na criatividade, você pode rechea-lo também, com o que quiser.





Deixe crescer coberto mais uma vez, e decida se quer pincelar gemas, manteiga, café, esse detalhe será decorativo, porem pode acrescentar sabor.


Leve a um forno pré aquecido, e fique de olho, ele tem que dourar por fora e ficar sequinho e fofo por dentro, tire e deixe esfriar sobre uma grade para que o calor não umedeça, e prove com uma generosa porção de manteiga e uma boa xícara de café.


Seja feliz!   



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Numa tarde qualquer...



Numa tarde qualquer





De vez em quando tenho vontade de comer aquelas coisinhas que só minha avo fazia, bolachinhas, biscoitinhos, geléias, chás, e um bom café com leite.


E quando esse desejo aparece, tenho que imediatamente procurar o que tenho em casa para satisfazê-lo.


Vou passar-lhes uma idéia de coockies, que vai deixar-lhes confortavelmente saciados e felizes.







Você terá que pegar, manteiga, gemas de ovos, açúcar mascavo  e açúcar branco, misturar bem ate formar um creme bem clarinho.


Junte a esse creme, uma porção de melado de cana, pedacinhos de banana passa picada, e gotas de chocolate, peneire agora farinha de trigo e bicarbonato de sódio, esse, só uma colher de sopa, vai estar no ponto quando der para enrolar umas bolinhas, coloque em forma sem untar mesmo, e bem separados uns dos outros, pois ele vai se expandir devido a manteiga, por isso cuidado, tem que haver farinha suficiente para dar estrutura ao coockie.


Leve ao forno médio e fique de olho, ele vai dourar e rachar, não se preocupe com a consistência, pois assim que os tira do forno ele vai estar macio demais e enquanto esfria torna-se crocante por fora e uma delicia fofa por dentro.


Você pode variar muito o sabor, o importante será sempre seguir a base, de gordura, liga e estrutura  ou seja, manteiga, açúcar, gemas e farinha.


Deleite-se.

Um Peixe



Um peixe





Na verdade por vezes me incomoda comer peixe em alguns lugares, espinhos, ossinhos, pele...


Acredite o meu prato sempre vem com esses incômodos, por mais que todos digam que não encontraram nada nos seus.


Bem, limpar um file de peixe da trabalho mesmo, devemos procurar peixe fresco de qualidade se quisermos impressionar, porem, pensando em  alguns casos de praticidade e economia, resolvi criar uma receita que eliminasse esses problemas e deu certo, ficou lindo,pode ser barato, sem espinhos e muito saboroso.


Rolinho de peixe



Primeiro escolhi files de abrotea, um peixe de mar profundo, portanto livre de contaminação, mas poderia ser qualquer file mais comum, como merluza mesmo, vai do bolso de cada um e de suas preferências.



Limpe o quanto conseguir e tempere com sal, pimenta, limão e azeite, se usar limão rosa, fica uma delicia.


Deixei de molho algumas horas uma generosa porção de gergelim preto e reservei.


Passei o peixe por um processador com mais azeite e metade de uma cebola.


Cortei folhas de papel alumínio e espalhei uma porção individual de massa de peixe sobre ele.


Fiz um recheio com vagens cozidas inteiras e temperadas e juntei o gergelim germinado, ele vai acrescentar uma sensação de caviar, pois estará crocante e explodindo na boca.


Fechei o rolinho como um rocambole, e coloquei em forno médio para assar.


Quanto ao molho, usei um coli de manga, liquidifiquei a fruta e juntei a um refogado de cebola ralada, acertei o sal e finalizei com uma pitada de açúcar.


Não economize criatividade, você pode servir com qualquer outro molho e abusar em outros recheios.


Fica muito bom e pode ser bem leve dependendo do que escolher.


Bom apetite!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

dos Andes a Quinoa


Quinoa 


Considerada pela botânica, um pseudo cereal, vem despertando criatividade em vários chefs, um alimento completo, com nutrientes responsáveis por importantes funções metabólicas.


Imaginem que ela vem dos Andes, e sua ingestão, contribui com o equilíbrio metabólico, onde as pessoas vivem em máximas altitudes e respiram um ar rarefeito, ou seja, baixa taxa de oxigênio precisa ter energia suficiente para uma vida saudável.


Pois bem , alem do fator nutricional e funcional, você pode criar pratos bem legais.


Fiz um risoto de quinoa e maçã verde que ficou leve e sofisticado, e passo agora pra vocês.
Lave os grãos pelo menos 3 vezes em água corrente e deixe de molho por meia hora.


Enquanto isso, pique alho poro, cebola, e pimenta fresca, refoguem em azeite.


Coloque a quinoa para cozer em água e sal, você vai perceber que esta no ponto quando os grãos ficarem translúcidos escorra e reserve.


Junte ao refogado maçãs cortadas em cubinhos, usei a verde por ser mais acida, porem pode-se usar qualquer uma, já fiz com manga também e ficou ótimo.


Adicione a quinoa escorrida, muita erva fresca, tipo hortelã, salsa, manjericão.


Gosto de acrescentar meia taça de vinho branco seco, e umas gotas de óleo de gergelim, da um toque oriental nessa mistura.


Para finalizar esse prato, eu decorei com gergelim torrado que também  saborizou o resultado.


Não tenho medo de arriscar nas misturas, principalmente se elas são saudáveis e saborosas.


Coma sem culpa.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O CHEF ORGÄNICO

Postarei para voces um video onde estou num lugar considerado um dos melhores de Londrina, Organica Biströ, o 1o 100% organico do Parana, participei de sua criação e acredito na ideia, quem me entrevistou foi a bela Larissa Zanon, e confesso que fiquei muito a vontade.
Espero que gostem.


ARROZ NEGRO





Existem muitos tipos de arroz, o branco, com todas suas classificações e espécies, o arroz vermelho e também o arroz negro.


O arroz chamado de selvagem, uma espécie de gramínea, já foi muito valorizado por grandes chefs, porem, quero passar-lhes uma idéia de risoto usando o arroz negro.


Eu acho que fica lindo na montagem de pratos, sem contar que o arroz negro esta seguindo para a lista dos alimentos funcionais, pela sua comprovação cientifica de que elimina radical livre e possui mais nutrientes do que o branco comum.


Então vamos ficar mais bonitos e saudáveis com uma combinação de sabores e texturas.





Risoto de arroz negro e cogumelos


Como esse arroz pode ser mais resistente ao cozimento, lave e escorra uma porção e coloque na pressão por 10 minutos, sem tempero mesmo, somente água.


Em uma frigideira grande, coloque azeite suficiente para refogar um alho poro picado, 2 dentes de alho amassado e uma cebola grande, também picada, refogue tudo se gostar de pimenta fresca, pique uma sem as sementes e junte ao dito cujo.


Quando o refogado estiver translucido, junte a ele varias espécies de cogumelos, pode ser shitake, shimeji, champignon, ou que você gostar mais, deixe mais um pouco no fogo, misture uma taça de vinho tinto seco e o arroz já cozido, complete com água e muita erva fresca picada, use salsa, cebolinha, manjericão, o que vc gostar mais.


Acerte o sal.


Deixe secar sem queimar o fundo, e sirva com acompanhamentos tipo carne, peixe, frango ou mesmo legumes grelhados.


Você terá uma grande surpresa.

BOA MESA


Receber Bem



Sempre que posso convido pessoas para jantar em minha casa, na verdade poucos e bons amigos, gosto muito de fazê-los de cobaia em meus experimentos, entretanto ninguém reclama comida boa, bebidas, boa conversa e claro, boa musica.

Tenho alguns truques que utilizo algumas vezes, por exemplo, sempre tenho algumas conservas exóticas que podem resolver uma balada, Kim chi, que descobri na cozinha coreana, uma conserva de acelga com pimenta, nabo, cenoura e gengibre, castanhas e nozes assadas com especiarias, conserva de cebola doce, ovos de codorna com mostarda, enfim, coisinhas prontas que só preciso abrir o vidro.

O mais importante no entanto, se quiser agradar também aos olhos de seus convidados seria montar uma bela mesa, e nem pense em exagerar nas flores, pense que a comida tem que ser bela e simples, pois atualmente decoração rebuscada não agrada, somente polui.

Pães são lindos numa mesa, e acompanham tudo, nenhuma mesa, farta de pães, passa despercebida, e isso também pode ser muito simples.

Um bom maço de ervas frescas pode trazer um resultado, tanto visual como olfativo, e realmente muda o clima numa mesa.

Mas nunca se esqueça, o mais importante são as pessoas que estarão ao seu lado, são elas que você vai encantar e será essa energia que vai brilhar quando receber em sua casa.

Boa festa!






MASSA


Basicamente massa





Adoro massas frescas, dessas da Mama italiana, feita com ovos e trigo, numa simplicidade de dar água na boca ate dos mais exigentes.


Quando penso em  alimento básico, penso em massas.


A base são ovos em temperatura ambiente, sal, um fiozinho de azeite e farinha de trigo, um ovo para cada 100gr de farinha, e você já pode começar a abri-la, claro que uma maquininha de  cilindro  pode facilitar bem seu trabalho, mas nada que um bom rolo também não o faça.


Ai  use a criatividade, poderá cortar depois de abri-la o mais fino possível, lasanha, caneloni, talharim, rondelle, fetuccini, e claro as massas recheadas como raviólis, torteilles, capeletis e tantas outras.


Os recheios e molhos também fazem um chef criativo delirar de tão infinitas as combinações.


Vou passar uma idéia  que de tão simples pode ser considerada sofisticada em sabor e apresentação.


Torteille de peras na manteiga de ervas




500gr de massa básica


4 peras maduras


1 cebola grande


4 colheres de azeite


Sal e pimenta fresca


1 tablete de manteiga


2 dentes de alho amassados


1 maço de varias ervas frescas (manjericão, salsa, cebolinha, hortelã, tomilho, enfim, o que encontrar na horta)


Muito bem, refogue a a cebola picadinha, com a pimenta e o sal no azeite, junte as peras picadinhas e deixe que  absorva o sabor, desligue e deixe esfriar.


Depois de frio, coloque uma colher do recheio em círculos de massa já aberta e cortada, dobre como um pastelzinho, feche e dobre as pontas, juntando-as, assim Dara a forma do torteille.


Coloque para cozinhar em água e sal.


Para o molho, coloque a manteiga em uma frigideira, junte o alho amassado, todas as ervas frescas picadas grosseiramente e acerte o sal, cubra os torteilles depois de cozidos.


Você não vai acreditar na sofisticação desse sabor.


Aproveite com um bom vinho branco.


Tin tin





Chef Djalma Araujo.

TAPIOCA


Tapioca




Quando morei em Itaparica, convivi com pessoas incríveis, muitas nacionalidades, gente do mundo todo, mas o que realmente me envolveu a alma foram os próprios baianos, o pessoal nativo da ilha.

Lembro-me bem das mulheres com seus vestidos e turbantes, e claro, seus acarajés e tapiocas.

Para mim a comida baiana sempre foi uma das mais apreciadas.

A tapioca, um ingrediente tipicamente nosso, me levou a testes e pesquisas.

A mandioca umedecida, ralada e coada resulta em vários subprodutos, a farinha, o tucupi, o polvilho que se decanta e os grânulos espessos da tapioca.

Comumente, serve-se como uma tortilha na frigideira podendo ser doce ou salgada, a doce mais comum recheada de coco, e creme, e a salgada com queijo e ervas.

Mas o que vou passar aqui, foi uma experiência de sabor e praticidade para uma sobremesa tão peculiar, O CUSCUZ DE TAPIOCA.

Deixe a farinha de tapioca (250 gr) de molho em 1 litro de leite morno, misturado com 2 xícaras de  açúcar e 1 vidrinho de leite de coco, junte a essa mistura 300gr de coco ralado fresco.

Misture tudo muito bem e coloque em forma de pudim, deixe fora da geladeira ate que os grânulos se expandam, ele vai absorver todo o liquido e ficar com a textura de cuscuz.

Desenforme e coloque uma calda de leite condensado, leite de coco e coco ralado fresco, ou faça a sua, pode ser de morangos, manga, goiaba, enfim escolha molhos de frutas diferentes e desfrute dessa maravilha tão nossa tão baiana.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

UMA RECEITA DE FAMILIA...


Uma receita de familia

Na família sempre trazemos receitas que tradicionalmente nos remetem ao passado, essa que eu passo pra vocês, nem sei de onde veio, mas depois de fazê-la, tenho certeza de que se lembrara de coisas boas, de tempos bons, de pessoas felizes, de momentos de aconchego, do reconfortante carinho dos amigos e principalmente deste chefinho atualmente com muito tempo disponível... 


BOLO ESCURO DE FRUTAS

Ingredientres

1)2 xic de oleo
3 ovos
2 xic de acucar mascavo
1 colher de sopa de canela em po
1(2 colher de sopa de noz moscada

BATER TUDO NO LIQUIDIFICADOR

PICAR....4 BANANAS, MAÇA, CASTANHAS, NOZES, UVAS PASSAS...OUTROS
Misturar 2 xic de farinha nas frutas, colocar o liquido batido, a massa deve ficar dura....

Misturar 1 colher de cha de bicarbonato de sodio

Colocar em forma untada e enfarinhada.

Assar ate ficar no ponto.

E DEGUSTE COM TODAS AS LEMBRANÇAS QUE PUDER SENTIR.

Azeite-se


Azeite


Tão indispensável na cozinha atual, como fora nos primórdios da antiguidade.

Qualquer alimento envolvido em óleo tão simples torna-se uma iguaria capaz de satisfazer o paladar mais sofisticado.

Com a extração deste, das azeitonas, a humanidade consolidou moedas.

Na perspectiva alimentar, pode-se comprovar seus benefícios para a saúde em vários aspectos; tanto no uso cosmético, quanto nutricional.

Em família, esse sabor tornou-se tradição; portugueses, espanhóis, gregos, italianos, árabes e diversidade de culturas, trazem em suas receitas esse doce sabor.

Uma dica de grande simplicidade para servir azeite em uma degustação especial, pode ser o azeite temperado com tabasco, suco de limão e sal, onde se molha uma torrada integral e acompanhe com um vinho de sua preferência que pode ser branco ou tinto.

Divirta-se e aproveite esse momento.

SABORES EXOTICOS


Sabores exóticos

Quando penso em diversidades nas cozinhas do mundo, lembro que paladar é uma questão cultural, e que enquanto nós brasileiros, estranhamos uma mistura de sabores do oriente, por exemplo, os mesmos orientais ficam espantados com nossas misturas do dia a dia.

Num mercado onde se podem encontrar variedades de temperos, especiarias e outros ingredientes exóticos, um chef de cozinha como eu, apaixonado pelo fogão, entra em verdadeiro estado de êxtase, se houver possibilidade de executar uma idéia, construir uma receita, então, é realmente uma realização.

Sempre parto do princípio que tudo sendo digerível pode ser misturado, que me perdoem os nutricionistas, mas misturas de sabores pra mim é como misturas de cores em uma tela branca, criar uma receita, é como pintar um quadro, e é claro também que nem sempre conseguimos agradar a todos, nossas línguas são como nossas digitais, cada uma com seu próprio numero de papilas gustativas, portanto cada qual com seu paladar e preferências.

Não existe profissional na área da alimentação, que nunca fique ao menos curioso com ingredientes exóticos, mas por vezes, pelo menos em nosso país, alguns ingredientes estão tão perto, tão disponíveis e mesmo assim, talvez por falta de conhecimento, deixem de descobri-los, deixem de utilizá-los em receitas triviais em nossa rotina alimentar.

Algumas de nossas ervas, por exemplo, como alecrim, o coentro, o manjericão, e muitas outras viraram artigos das festas de final de ano, qualquer arroz branco seria inevitavelmente transformado com a utilização de qualquer dessas ervas, podendo-se mudar o cardápio todos os dias da semana.

Uma carne que não deveria ser rotulada como exótica é a do pato, preferências á parte, digo que deveríamos ter uma maior produção para uma ave tão saborosa, e infelizmente cara para a maioria dos bolsos dos brasileiros, tenho certeza que se fosse diferente todos comeriam melhor.

Fica então uma dica para usufruirmos de tantos alimentos ótimos e surpreendentes, sejamos mais curiosos, mais atrevidos em nossas misturas, vamos buscar mais conhecimentos sobre tudo que nossa cozinha nos oferece e façamos ousadas descobertas, porque a cultura alimentar deve ser sempre uma busca por novos horizontes, para que não sejamos escravos da mesmice, e que me perdoem os mais tradicionalistas, arroz e feijão é muito bom, mas de roupa nova sempre fica melhor.



Djalma Araujo.

A ERVA DA CORAGEM...

Alecrim


O aroma cresce nas manhãs que antecedem às festas de fim de ano, as carnes imersas em temperos se superam com o frescor do alecrim, essa planta tão conhecida e popular, porém pouco utilizada em nossa cozinha do dia a dia.

O alecrim, também chamada de “erva da coragem”, gosta de sol e calor, é indicada para elevar uma auto-estima baixa e provocar atitude, já que atua diretamente no coração.

Um frango assado com alecrim e limão faz você rever conceitos sobre esse prato tão simples.

Porém é realmente nas festas de fim de ano que esse poderoso aroma domina, em cordeiros, aves e carne suína, parece que tudo combina com emoção e exaltação de sentimentos do Natal, do inicio de mais um ano, nas atitudes renovadas e promessas a serem cumpridas, porque exige coragem, e esse é o primeiro sintoma adquirido por quem se deixa seduzir por essa erva tão comum.

Pense em mergulhar um alimento, seja carne, legumes, peixe, em uma mistura acida que pode ser vinho, vinagre, suco, e uma porção generosa de alecrim, depois escolha uma maneira para cozinhar, assar, ou o que desejar, você terá um resultado, sentirá um resultado, e se sentirá com o poder de transformar qualquer alimento em alta gastronomia, como um alquimista com suas preciosas fórmulas.


Conselho: use e abuse do alecrim e tome algumas atitudes, rapaz!

Chef Djalma Araujo.

Cozinha Tailandesa


Cozinha Tailandesa





Tenho a felicidade de poder estudar várias cozinhas pelo mundo, e começo essa viagem contando aos leitores algumas experiências, onde misturo minhas pesquisas com a prática na cozinha.

Uma das culinárias que mais me atrai atualmente é a tailandesa, tão simples e tão intensa, que acredito numa identificação total de personalidade, (penso ser assim).

A cozinha tailandesa tem aspectos tão frescos e naturais, que mesmo o mais radical se contentaria em degustá-la sem críticas ruins.

Existem alguns ingredientes básicos que estão presentes em quase todos os pratos, por exemplo: erva aromática, como o coentro, utilizado integralmente, folhas, flores, caules e sementes, o manjericão onde se encontram várias espécies, o capim limão ou erva cidreira, também chamado no Brasil de capim santo, uma erva particularmente surpreendente em sabor nas saladas e molhos, onde se usa somente sua parte branca mais perto da raiz, a galanga uma espécie de gengibre também muito utilizada nesta culinária.

Outro ingrediente de base são as pimentas, muito diversificadas em suas formas e cores, onde podem ser doces ou intensamente picantes.

Para acompanhar toda essa força de sabores sempre se serve o arroz, muito apreciado por asiáticos, símbolo de vida e prosperidade, o arroz de jasmim, de grão longo, é hoje o mais apreciado e cultivado pelos tailandeses.

No  uso de muitas e variadas frutas em sobremesas e pratos agridoces, uma que está presente em sua totalidade na cozinha tailandesa é o coco, usa-se a polpa, a água, o leite e o creme de coco em tantas receitas que seria impossível separá-lo desta cultura.

Os camarões são extremamente abundantes no litoral tailandês, sendo o pescado mais utilizado nesta culinária podendo ser frescos, utilizados em molhos, em saladas  e sopas, secos, usados como pasta que depois de fermentada, se transformam em um molho de sabor específico desta culinária, chamado nam prik.

Por fim o mais especifico, um molho de peixe chamado nam pla, elemento indispensável em numerosas receitas, com cheiro pronunciado e sabor acre, combinação perfeita com outros sabores já mencionados sem se sobrepor, esse elemento hoje muito industrializado na Tailândia, é encontrado no Brasil somente em lojas especializadas, porém, como a curiosidade e criatividade nunca é demais, a dica é utilizar uma mistura de mais fácil acesso, claro sem querer subestimar o sabor tradicional,  fiz minha própria receita, misturei um molho de ostras japonês, mais fácil de encontrar, com uma pasta de anchovas, ficou bom e exótico, e não se esqueça de uma pitadinha de açúcar mascavo pra segurar a acidez.

Pensando sobre todos esses sabores, resolvi passar-lhes uma receita de arroz muito fácil e divertida, que se combinado com ervas e pimentas, mais frutos do mar e peixes, será de fácil aceitação em nosso paladar ocidental.







Arroz com abacaxi

Ingredientes:

4 xícaras de arroz já cozido

2 pimentas vermelhas frescas

2 dentes de alho picados

3 colheres de sopa de óleo vegetal

2 xícaras de abacaxi picado

1 colher de sobremesa de curry em pó

1 colher de sobremesa de gengibre

½ xícara de coentro fresco picado

Cebolinha verde para decorar.



Como fazer:

Coloque num wok o óleo vegetal, o alho e as pimentas vermelhas picados, junte o pó de curry e o gengibre, deixe refogar, junte o abacaxi e o arroz e misture bem, coloque o coentro fresco picado e decore com a cebolinha picada grosseiramente.

Experimente esse arroz acompanhado de carne de porco picante....fica uma delícia.



Chef Djalma Araujo.

Um pouco de Historia...

Ministrei aulas de Historia da Gastronomia por algum tempo e quero passar um pouquinho do que aprendi....



HISTÓRIA DA GASTRONOMIA


Definitivamente, a evolução do homem e a necessidade deste em sobreviver, acompanha as descobertas e conquistas de suas elaboradas maneiras de se alimentar.

Se acompanharmos desde o início dos tempos verá quase uma trajetória de acontecimentos ligados que de erros e acasos, fazem descobrir nossa gastronomia atual.

No início, lá na idade da pedra, dizem os cientistas, o homem era vegetariano, como sabem disso? Bem, através de exames nas arcadas dentárias, dos fósseis encontrados, onde registros de desgastes típicos de uma alimentação, cuja base consiste em raízes e sementes; como em um passo na evolução do universo, a próxima fase representa o bicho homem como ladrão de carcaças, mais uma vez, a ciência comprova ser o tal, o único animal a juntar lixo, sendo posteriormente analisado, encontraram marcas de mordidas de diferentes mandíbulas, sendo assim, o homem esperava grandes predadores matar sua presa, roubava os restos, levava ao seu local de segurança e os comia, jogando fora os ossos que sobravam sempre ou próximo do mesmo lugar.

Na  fase seguinte, o homem se torna caçador, mas antes temos que considerar a primeira refeição composta de carne na fase anterior, o  vegetariano não tinha tempo de criar nada, pois passava o dia procurando por alimentos, quando come seu primeiro naco de carne, ele encontra a sensação de estar completo em sua energia, o que de “barriga cheia”, o faz pensar e criar, ele passa a observar os grandes predadores, com suas garras e presas descomunais e potentes, e se convence de que precisa ter as mesmas condições de poder, à partir daí, constrói suas armas, que farão as vezes das garras  e presas, torna-se um caçador.

Ainda não podemos dizer que o homem tivesse alguma noção de misturas culinárias, o fato só começa a aparecer com a descoberta do fogo, que também por acaso, o homem pões dois itens em contato, a carne e o fogo, e a reação sensitiva de prazer com  cores e odores, texturas e sabores trouxe à tona o inicio de uma história de sucesso da humanidade, onde o alimento virou troca, comércio, virou saúde e venenos, deixou de ser sobrevivência básica para se tornar  a busca incansável e infinita de energia vital aliada a arte, cultura e desenvolvimento de qualquer ser. 

   

Biquinho Doce

Biquinho doce




Quando as manhas de quinta se despertam na Rua São Paulo, as barracas da feira livre explodem em cores e aromas, tenho uma atração especial por esse tipo de comércio, desde menino.
Atualmente uso as idas ás feiras para encontrar ingredientes frescos e exóticos e ilustrando esse texto a Pimenta Biquinho, ou pimenta de cheiro, podendo também ser chamada de Biquinho Doce.
Como estamos vivendo certo glamour na busca por sabores e aromas da terra, essa personagem nacional vem ampliando sua participação na preparação de receitas inusitadas e muito bem aceitas pelos paladares mais exigentes.
A nossa pimenta de cheiro, tem origem no Estado de Minas Gerais, mas já alcança quase todo território nacional, e começa a ser muito bem aceito por novos produtores, devido sua grande produtividade quantitativa, sendo que em uma pequena área se produz grande quantidade de frutos.
De formato de coração, pode-se encontrar na cor vermelha, laranja, amarela e verde, dependendo de sua maturação.
Mesmo o mais sensível ao paladar picante deverá sucumbir á essa iguaria se ainda não a experimentou.
Como dica tente um vinagrete feito com Pimenta Biquinho, cebolas, tomates, ervas frescas, azeite e suco de limão, tenho certeza de que irá se surpreender.




Chef Djalma Araujo.